Asami-san's lover

Continuando: Enquanto estava a crescer fui sempre a "menina", mas houve uma altura em que comecei a sentir de vez em quando, a necessidade de alguma agressividade - e isso hoje traduziu-se na roupa que uso, na maquilhagem na tinta do cabelo, nos piercings e nas tatoos. Há anos atrás ainda estava a tentar perceber como deixar sair essa agressividade - não deixo no entanto de adorar tudo o que é arte, música clássica, alguma punk music, country music e se alguma cena de filme me cai na fraqueza sou capaz de chorar baba e ranho! Todo este vendaval rebentou há anos atrás quando desisti de algo que pensei que era para mim: entrar numa ordem religiosa. Quando cheguei à conclusão de que não era, não sofri pouco, mas ultrapassei. Tu achas-te um contrassenso porque não gostas muito de ti mesma, não é? Nós somos um mundo complexo: hoje somos assim, amanhã somos assado ... estamos sempre a mudar e a crescer e a surpreender-nos a nós próprias.
Bom, quanto ao teu curso, só tu podes dizer como dizer aos teus pais que isso não te faz feliz - se é isso que queres e te sentes - a vida é muito curta para a passarmos a sentir-nos numa camisa de 7 varas ... será que não há nada na área que tu gostasses? Sei lá! Solicitadora? Sabes que hoje um canudo não é tudo ... há licenciados a varrer as ruas de Lisboa ... e sabe-se lá que mais! E os advogados hoje também têm dificuldades.
A minha irmã comprou uma casa de férias que tem umas tiras de terreno à frente e atrás da casa. Quem lhe tem estado a tirar o entulho e a plantar plantas aromáticas como salsa, coentros, folha caril (acho), alecrim e sei lá que mais, é um arquitecto paisagista que anda a trabalhar como jardineiro ! Além do mais tu trabalhas num supermercado onde se trabalha bué e se ganha pouquíssimo ... Fogo! É claro que tens de andar deprimida. Depois, não queres desiludir os teus pais que te ajudaram como puderam e que te querem ver bem ... será que os teus irmãos não te ajudariam a encontrar alguma coisa que te desse futuro e que sossegasse os teus pais?
Sabes que ainda por cima com os tempos que o país atravessa, não é fácil convencer as pessoas mais velhas que um emprego como "advogada" não é o ideal. O nosso país sempre foi um país de doutores ... o canudo sempre foi tudo. Embora perceba pelo que estás a passar, a única coisa que te posso aconselhar é cautela. Planeia com cuidado e tenta que em casa te percebam que a exaustão em que te encontras pode deitar tudo a perder, especialmente quando estás a começar o mestrado; como está o desemprego por essa zona? Eu se tivesse companhia, e maneira de o fazer, abria um negócio daqueles que eu visse lá fora e que dão rios de dinheiro e que aqui ainda não chegaram. Às vezes a pessoa tem de arriscar - com calma e ponderação, mas se se tiver vontade de trabalhar e alguma esperança, acho que se consegue.
Não desanimes Alforrecazinha, que melhores dias virão. Tenho pena que estejas tão longe: podia emprestar-te uns DVDs com filmes de adaptações dos livros da Jane Austen; tenho a colecção toda da Twilight Saga (foi uma paranóia ... de loucos). Depois dos livros tive de ver os filmes ...
E agora vou descansar. Quando puderes diz qquer coisa! 1 beijóca! ;))

Li as tuas mensagens ontem e estive até agora a pensar no que me disseste. Vi nelas desabafos e coisas que são muito difíceis de viver - não devo aconselhar-te porque são assuntos que pertencem a ti e à tua família, muito pessoais - no entanto posso opinar como algo que poderia estar a passar-se comigo.
Bem, na 1ª mensagem falas do Murakami e depois dizes que já ouviste falar desse autor. Suponho que estejas a falar do Ruiz Zafón: ele é de facto espantoso. Quanto ao teu vocabulário inglês, embora veja pela tua outra mensagem que estás com dificuldades monetárias, porque não tentar pôr de lado 10 dos 20 euros que te sobram ao fim do mês e investir numa viagem a Londres? Hoje em dia as viagens são baratérrimas, nada como eram antigamente. Entretanto, enquanto preparasse a viagem, punha-me em campo com a Embaixada inglesa e informava-me qual a possibilidade de ficar hospedada na casa de uma família a troco de um trabalho, do tipo que fazem as au-pairs sabes? São estudantes que ficam com famílias, e estudam e também fazem algum trabalho em casa dessas famílias (e ganham um ordenado). Acho que conseguirias saber sobre cursos não muito caros e que te interessem - podem até indicar-te publicações, jornais ou revistas onde haja informações sobre esse tipo de coisas. Pensei em au-pairs ou por ex. mother's help (aqui não seria obrigatório seres estudante) porque pelo menos ficarias com um teto sobre a cabeça ... como te disse, o preço do alojamento é de loucos!!
Há uma outra possibilidade para melhorares o teu vocabulário, mas que não é tão aliciante: arranjares uma pen-pal - sabes o que é? Talvez também possas arranjar informações sobre isto na Embaixada - porque não, por exemplo, pesquisar a net? Através do http://www.google.co.uk poderás talvez chegar a algumas conclusões; insere "The Lady" Magazine - é uma revista com tudo o que possas imaginar sobre empregos do foro doméstico e até empregos por ex. para nannies para os filhos de casais que precisam de sair para o estrangeiro (fora da Inglaterra), quer a trabalho, quer porque vão de férias ... tu verás. Já agora, posso dizer-te que estas nannies, são tratadas a pão de ló e ganham fortunas - são quase como enfermeiras registadas e são geralmente empregadas por casais com bébés (com dias ou poucos meses). Quem não é registada pode ir como Mother's help cuidar de crianças ... (para quem gosta!!)
Outro assunto, dizes que gostaste das minhas descrições à la Jane Austen - outra das minhas autoras favoritas ... se fores a Inglaterra não te esqueças de visitar Bath - onde há uma Sociedade de "fãs" da J. Austen que se reunem e lêem as descrições dela sobre a sociedade daquele tempo em sítios que ainda hoje existem, onde se dançava e onde se ia para se ser visto. Esta é daquelas que tem mesmo que ser lida em inglês!! Aliciei-te?
A minha experiência de vida é aquela que os meus anos me deram - mas farto-me de fazer asneiradas ... não gosto de dizer a minha idade, não por causa da razão useira e vezeira que a muita mulher preocupa - ai pareço mais velha - não; ou melhor, não é a principal razão; é porque nos dias que correm, a idade das pessoas é algo usado para as avaliar ou melhor são idéias pré-concebidas sobre o que essa pessoa é, só porque tem x anos de idade; tu vês à tua volta que se a pessoa tem x anos de idade, das duas, uma: ou é uma pessoa válida ou nem consegue trabalho porque tem x anos de idade, por isso tem forçosamente de ser velha!
Não sei se isto não está rebuscado demais, se me fiz entender - infelizmente já caí naquele estado típico de me sentir com metade da minha idade real (mental e fisicamente) e me sentir frustrada porque isso não tem nada a ver com a idade que de fato tenho - ainda por cima sempre passei por mais nova até da minha irmã que é mais nova do que eu. As pessoas ficavam sempre a olhar sem acreditar que eu tinha aquela idade. Bom, mudando de assunto que este já cansa:
Não te acho nenhum contrassenso - bom se tu o és, então eu também o sou. Desde miúda eu sempre fui a "menina", a que gostava de coisas femininas, roupa, acessórios, maquilhagem - tudo o que fosse feminino. Acontece, por exemplo, que eu costumo dizer, que tenho tanto jeito para a costura, que quando olho para uma agulha ela entorta-se .... já a minha irmã que queria ter nascido rapaz, que andava com os rapazes em Cascais a jogar football, não usava vestidos ou saias e andava sempre de cabelo curto, tem um jeitão para a costura!! Atenção que a minha irmã queria ser rapaz porque gostava da liberdade dos rapazes naquela altura, não porque tivesse tendências homosexuais. Hoje está mto. diferente. CONTINUA

WOW!!! O Murakami é o máximo; li esse livro talvez no princípio do ano e gostei tanto que comprei outro - mas em Inglês: "Norwegian Wood" - talvez por ser o nome de uma canção dos Beatles ... não sei. Mas gostei deste autor e achei-o diferente de tudo o que li até hoje, e eu leio muito ...
Olha, se me permites, gostaria de te recomendar um dos meus autores favoritos; se puderes lê do Carlos Ruiz Zafón, "A sombra do vento" e depois, "O jogo do Anjo" - são verdadeiramente espetaculares. Eu comecei a ler coisas dele por estes; agora já tenho outros que ainda não li ...
Sabes, eu leio praticamente tudo em inglês e a razão é esta: tirei o meu curso na Polytechnic of Central London, curso este de Literatura e que abrangeu desde os arcaicos até aos modernos - incluíu poesia (que não gosto tanto) e deu-me um traquejo, que já tinha, porque fui para o Colégio inglês Queen Elisabeth's School aqui em Lisboa aos 3 anos de idade.
Entretanto fui para Londres tirar o meu primeiro curso com 15 anos, embora estivesse habituada a ir lá desde os 13; ia todos os anos; depois com o curso, a nível de Literatura, foi uma questão de hábito também (e de gosto...) - pela razão simples que foi devido ao programa de leitura do curso, eu não tinha outro remédio senão ler, ler, ler ... em inglês. Devo dizer que a minha irmã, por exemplo, que tirou outro tipo de curso, só lê em inglês se não tiver outro remédio !! Dei-lhe livros do Ken Follett pelo Natal e não tive outro remédio senão ir trocá-los ... hoje em dia forço-me a ler em português porque acho ridículo que sendo a minha língua, me sinta com esta falta de ritmo, e a ter que voltar atrás, só porque não tenho o hábito de ler em português ... mas continuo a ler quase sempre em inglês. No outro dia a minha irmã deu-me o "Roma" do Steven Saylor que ela me diz que é espantoso - vamos lá a ver quantos meses levo a ler porque é em português.
Bem e agora para outro assunto:
Não me digas que não vais à praia porque te achas gorda ??? Hmm? Por favor sim?? A questão de seres muito branca, entendo, porque eu sou do tipo que fico lagosta se não tenho toldo; nos 1ºs dias são 3min. de meia em meia hora até poder ficar sem problema, mas mesmo assim não gosto de abusar. Sou muito branca mesmo! Mas a paranóia com a praia é de tal maneira que para mim, fazer férias tem de ser com praia - nem me passa pela cabeça não ir à praia! A não ser que seja assim um fim de semana prolongado ... As últimas férias e sonho foram à Jamaica - terra do Bob Marley ...
Entretanto estou LONGE de ser uma escultura e de estar satisfeita com o meu corpo!! Apanhei uma depressão em Inglaterra que me fez pôr + 30Kg! Voltei de lá em 2012 porque estive a cuidar de uma tia que estava lá há 35 anos; foi para lá porque na altura do 25 de Abril, ela encontrava-se como secretária da Administração do Hotel Vasco da Gama no Algarve, e os "trabalhadores" preferiam passar o tempo em reuniões de reinvindicações em vez de trabalhar - ela foi enchendo até não poder mais; um dia, um amigo dela que ia para lá como Director de um Hotel bem conhecido disse-lhe que lhe mandasse um CV que se pudesse a punha lá. Ela nem quis saber de mais nada e em fins de 1975 já lá estava.
Foram passando os anos e claro, as pessoas não são de ferro e veio-lhe uma diabetes terrível e incontrolável e Alzheimer - eu tinha estado a trabalhar num escritório de advogados (10 anos) e tinha saído porque o meu chefe estava a ficar doido (literalmente) - um dia conto-te os pormenores - e comecei a dar-me conta de que esta minha tia não estava nada bem. Embora lá tenha um primo que é inglês (de pais portugueses) e que fez a vida dele lá, a vida dele não é em Londres e embora tenha ajudado a minha tia como Procurador dela e sempre que podia ia visitá-la, deslocar-se do Yorkshire a Londres é complicado e demora-se muito tempo no caminho!
Eu resolvi ir ver se a conseguia ajudar e fui para lá antes do Natal de 2009. Devo dizer-te que não foi fácil, porque eu e esta minha tia nunca nos demos bem; mas eu fiz aquilo porque pensei na minha mãe - era a irmã querida dela - e porque também não tinha coragem de a deixar sózinha; além disso ia tentar arranjar emprego ... qual a minha surpresa quando começo a olhar à minha volta e vejo que a minha tia não só não podia estar sózinha, como eu tinha de dar uma volta àquele apartamento de que ela não cuidava porque o Alzheimers lhe tinha dado volta à cabeça ...
AMANHÃ NÃO PERCAM O 2º EPISÓDIO DESTA SAGA LONDRINA -isto está longuíssimo e ainda não jantei e é quase uma da manhã!! Beijinhos!

Pois ... voltando à vaca quente ...
Para acabar esta saga, porque os pormenores são deprimentes ... aquele apartamento tornou-se o meu campo de batalha, eu tive que dar a volta a tudo porque ela não o fazia - deitei muitos Kgs. de lixo, roupa velha suja etc. etc. etc. fora, porque olhei à minha volta e vi que não podia viver assim. Ela já nem sabia mexer com a máquina de lavar roupa ... olha se eu fosse a contar-te tudo ao pormenor já nem saía daqui e não vou estar a chatear-te com esse assunto! Bem, a conclusão deste quadro assustador, é que eu acabei como a baby-sitter da minha tia, tive de lhe tirar as chaves da porta da rua, os cartões de crédito e débito e tudo o que a levasse a fazer disparates, inclusivé fechei a porta da rua à chave porque ela já me tinha fugido. Havia uma pessoa da associação Carers UK que lhe ia fazer o pequeno almoço, o almoço e tentou fazer tbém o jantar, mas a minha tia tornou-se desconfiada com a doença e não queria que a senhora fosse - comigo lá, eu fazia-lhe o jantar e a senhora fazia-lhe o almoço e umas limpezas simples e acompanhava-nos às compras. Mas as limpezas não eram nada que mudasse o estado em que a casa se encontrava e começamos a pedir que nos entregassem as compras em casa, embora saíssemos para escolher o que queríamos - ela era um amor e já tinha vindo a Portugal e adorou - mas acabei por dispensá-la porque aquilo que ela fazia eu também o fazia ... comecei a ir com ela a todas as consultas, porque ela esquecia-se e não aparecia; os médicos começaram a dizer se ela continuasse a não aparecer, que a tiravam da lista de doentes - lá, eles chamam as pessoas através de carta quando são doentes de rotina, não é como cá. Ela apontava num calendário e depois não ia ... tive de entrar em acção também com isso.
Enfim ... um dia, o meu primo perguntou se nós não consideraríamos saír de Londres para ir para a zona dele - ficaríamos mais perto, e se fosse preciso ajuda seria mais fácil. Fomos passar um fim de semana com ele e família e fomos meter o nariz em tudo o que foi possível para tentar saber se nos daríamos bem. Aquilo é o East Yorkshire, viveríamos numa pequena cidade medieval chamada Beverley e fomos ver uns apartamentos que ele já tinha andado a pesquisar; tenho a dizer que adorei! Era um meio bem mais pequeno que Londres, com uma rua principal onde havia todas as lojas principais que nós frequentávamos em Londres, onde se viam as famílias a passear as crianças nos carrinhos e se cumprimentavam!! Coisa raramente vista em Londres a não ser em bairros pequenos entre vizinhos; tinha mercado aos sábados onde pessoas que produziam os seus próprios produtos os iam vender (não se porquê, a palavra "lavrador" aqui não me soa bem, mas é o que eles eram ...) - desde queijos, a manteiga, a mel, e coisas típicas dos ingleses e que cá não se vêem; tinha talhos, frutas, vegetais e depois coisas como calçado, roupa, malas, emolduramento de quadros, flores, e até uns artesão que apresentavam coisas feitas por eles que eu adorava ... bem, tudo o que possas imaginar e de boa qualidade (não é como a ciganada que cá se vê ... embora não tenha nada contra); havia também mercado à 4ª feira mas era só de frutas, vegetais e flores. Eu adorei - nunca pensei gostar tanto de Beverley, afinal Londres era quase a minha Meca para roupa, música, tudo o que era "fixe" e que tinha a ver com cultura de uma maneira ou de outra estás a ver? A pessoa "jovem" (não gosto desta palavra, mas enfim ...) em Londres, é rei/rainha, porque tem imenso que ver e fazer.
Bom, devido ao estado de saúde da minha tia, fomos para um apartamento de rés do chão fantástico, com o jardim junto à sala - era só abrir a porta envidraçada - onde se viam esquilos, uma raposa e varíadissimas espécies de pássaros, ah! e gatos! Às vezes um cão ou outro. Quando nevava era um espectáculo e os animais lá são bem tratados e protegidos - não é como cá, percebes?
Tentando chegar ao fim desta lenga-lenga, posso dizer-te que em meados de 2012 estava com uma depressão (que ainda cá canta) porque não consegui fazer nada do que queria e só tratava de uma pessoa (que até nem era muito velha ... 73 anos) que estava cada vez pior, tratava da casa e cozinhava ... Fogo! Cheguei ao fim desta saga com + 30Kgs. +/- se não mais. Não fazia mais do que comer para afogar as mágoas e praticamente não tinha com quem falar - a minha tia, coitada, falar o quê? A minha irmã estava em Portugal e falava dia sim dia não, e o meu primo estava a trabalhar ... ia ficando tótó.
Esta conversa toda foi porque tu tinhas dito que não te sentias bem com o teu corpo na praia - bem, eu não vou à praia há 3 anos, porque embora a minha tia tivesse falecido em Agosto passado, quando voltámos para Portugal em 2012 ela ainda ficou em minha casa um tempo. Depois pusemo-la no melhor lar que conseguimos porque ela precisava de 24h de atenção - era uma criança; foi deteriorando até Agosto passado. Enfim, foi deprimente e muito trabalhoso, mas já acabou.
Falaste em crise de identidade ... exactamente o que queres dizer? Tbém. disseste que somos mesquinhos fúteis e pessimistas ... acho que essa tua crise está ligada aos adjectivos que usaste para descreveres os portugueses no geral - o que quero dizer é que talvez se não estivesses a passar por essa crise não nos verias tão mal - não sei se concordas. Mas olha, vindo de Inglaterra e encontrando o País assim, dou algum desconto no pessimismo das pessoas; nunca encontrei Portugal tão cabisbaixo e tão derrotado - repara que falo das pessoas "normais/vulgares", que precisam de um emprego para sobreviver. Acho que o pessimismo vem daí; sei que esta crise de que tanto se fala foi algo que atingiu praticamente o mundo inteiro, mas nós, pobrezinhos, fomos atingidos de uma maneira aflitiva; ainda me lembro dos telefonemas da minha irmã em que ela contava as dezenas de restaurantes que tinham fechado, dos negócios que tinham falido, etc.. Quando se está lá fora nós não temos uma noção precisa do que se está a passar aqui, embora o Reino Unido tbém. tenha sido atingido, mas eles são tão mais fortes do que nós ... Londres é hoje a cidade mais cara do mundo se não estou em erro ...
Bem, eu também tenho uma série de perguntas que faço para o ar - será que a minha vida se vai resumir a isto? Às vezes penso que se tivesse companhia ia tentar os Est. Unidos ou a Inglaterra outra vez; depois penso que para ir trabalhar para a Inglaterra teria que ser com trabalho já apalavrado. Porquê? Porque não há maneira nenhuma de neste momento poder pagar o que eles pedem por um apartamento, ou mesmo um quarto, e agora que a minha tia faleceu, não tenho ninguém com quem tenha confiança suficiente para lhe dizer - Deixa-me abancar aqui neste canto enquanto procuro trabalho com sítio para ficar. Depois, se não for por conhecimento é complicado porque Londres está cheia de pessoas do Leste, de brasileiros, de italianos, fora os paquistaneses, os africanos de todos os lados ... etc. esta gente faz trabalho não especializado por tuta e meia - porque querem trabalho a todo o custo - é claro que os ingleses preferem estes, que são mouros de trabalho e pedem um ordenado baixíssimo ...
É pá, outra mensagem do tamanho do mundo; acho que já respondi às tuas perguntas; falta dizer-te que num gesto de rebeldia (esta seria outra história...) resolvi fazer uma série de tatuagens nas pernas, nas costas e no pescoço ... ah! e no peito do pé dtº. e nos tornozelos; depois fui para os piercings e foi um ver se te avias - com tudo isto, espero não te chocar, mas foi uma fase que enfrentei e que começou por volta de 2007/2008 e que acho que ainda não acabou; agora, tenho estado sossegada, mas...
tenho cabelo louro branco (não é amarelo ... é o chamado louro nórdico!!! KYYYYAAAAHH) e embora ultimamente tenha dito a mim própria para me aquietar um bocado, tenho roupa goth que não visto de momento por não me sentir bem - visto que preciso urgentemente de perder peso - mas voltarei a vestir assim que for possível!! Assustei-te?

Oláááá!! Então a menina foi de férias, foi? Ora ainda bem! É simplesmente a melhor sensação que há - férias !! Eu sou mulher de Verão e quando estive a viver em Londres (ou por exemplo, agora, mesmo em Lisboa ...) só sonho com o sol a praia e o mar ! É uma verdadeira paranóia! Mas de facto, eu pensei que te tinhas agarrado àquele link do vampirekiss que te tinha dado, e que estavas a devorar um livro atrás de outro ... foi a única vez que estive mais afastada da mangago! São viciantes!
Pois olha estive em casa da minha irmã num sítio onde nunca tinha estado, chamado Quinta do Conde; ela resolveu comprar uma casa de férias lá e convidou-me a ir passar lá o fim de semana; nunca tinha ido para aqueles lados e pensei que talvez fosse um bocado parvónia, mas afinal não. É claro que não é Lisboa, mas é giro e tem tudo o que se quer a nível de lojas e está a 20 min. da praia, o que não é mau (embora ela não seja fanática de praia como eu, nem o meu cunhado, que só consegue lá estar 3 hora e não mais - eu estou o dia todo!!). Para mim, a praia quanto mais perto melhor e portanto convém que se lá possa chegar a pé; eu estou muito mal habituada porque tive sempre casa em Cascais, e agora que já não tenho, se quero ir para a praia, ou vou de combóio ... DUH!! .... ou faço férias um pouco mais dispendiosas e vou para um Hotel para o Algarve ou qquer outro sítio ... bem isso agora está apenas em sonhos porque estou neste momento desempregada, portanto ... enfim .. tristezas; mas mudemos de assunto - como estava a dizer, cheguei ontem lá do fim de semana prolongado - o meu cunhado fazia anos ontem e quis ir à Caparica comer peixe grelhado, ou no carvão (enfim, peixe fresco ...) que eu por acaso adoro e não me fiz de rogada; mas cheguei a casa tão cansada, que só arrumei as coisas, comi uma torrada e fui para a cama cedo - aliás há muito tempo que não me deitava tão cedo!
Obrigada pelos links que me deste - vou tentar ver o que encontro. Olha, li uma manga muitíssimo gira, que acho que vais gostar - se não leste já - chama-se "DOG STYLE" ; esta mangaka, Motoni Modoru, é conhecida por ser um pouco "torcida" - mas acho que aqui resolveu descer para mais perto de nós mortais, e escrever e desenhar uma coisa que foi baseada numa história original de um amigo de colégio (liceu?) dela. Está lá o espírito da coisa, embora tivesse acabado apenas na idéia, as personagens que já existiam primeiramente não puderam ser aproveitadas - mas gostei muito e acho que tem uma profundidade difícil de se encontrar.
Só por curiosidade, que livro foi aquele que devoraste nas férias? Eu levo muitas vezes o portátil para a cama se estou no meio duma manga que não quero interromper, mas tenho sempre livros à cabeceira; acabei um livro de um fulano que conheces de certeza, é sobejamente conhecido - O Francisco Moita Flores; já tinha lido "A fúria das vinhas" que gostei e agora li "Segredos de amor e sangue" que também gostei bastante. Ele escreve sobre dados históricos da vida portuguesa, com personagens fictícias que insere na história que nos vai contando - e por vezes com tanto humor que nos faz rir como tontinhos; até agora nunca foi chato e acaba por ser alguém que nos disvenda coisas que são pouco conhecidas e que se passaram em Portugal em determinadas alturas: por exemplo, o 1ºlivro conta-nos uma história com muito romance à mistura, em que a personagem principal é a Ferreirinha, histórica figura do Douro; e 2º é sobre os assassinatos de um tal Diogo Alves que era de facto um assassino da primeira metade do séc. XIX em Lisboa; tudo visto através dos olhos do narrador que é um taberneiro em Alfama e que sonhava aprender a ler e escrever (e conseguiu) - é espectacular; tens várias figuras ilustres que aparecem de vez em quando, como o poeta João de Deus, o político Joaquim António de Aguiar, e mtos. outros. É giríssimo - ele conta-nos coisas que não são de todo conhecidas, do tempo em que ainda havia a pena de morte em Portugal. Se puderes lê.
Bem,o testamento vai longo e não te quero castigar mais. Espero que estejas bem; qdo. puderes e quizeres, escreve ... Inté!! ;]

Bem, o Imperador chama-lhe "toy", mas de facto já esta apaixonado por ele, pobre desgraçado. Ás vezes dou comigo a pensar como é que ele aguenta toda aquela tortura ...
Diz aos teus amigos, que o não gostar de ver sex scenes entre homens é uma forma de preconceito. Eles é que são dignos de gozo !! Nos dias de hoje ser-se assim ???!!! Se me dissesses que havia entre eles quem não gostasse de ver cenas de sexo, fosse elas quais fossem, bem ... poder-se-ia compreender, mas só as cenas entre homens ... aposto que vão ao cinema e vêm todas as cenas tórridas hetero ... meus meninos isso é preconceito! E há cenas de amor BL ou Yaoi, ou gay, como lhe quizerem chamar, que são lindíssimas e que fazem vir as lágrimas aos olhos! Até aposto que quem diz mal das cenas de sexo entre homens, são na maior parte homens ... verdade? ^o^ HA!HA!HA!
Outra mangá que te quero recomendar chama-se Hot Closet - hás de dizer-me o que pensas. Eu fiquei de boca aberta, mas pronto.
Agora, em relação aos dramas coranos - vais dizer-me onde os vês, ou vais guardar para ti? Sabes, deixaste-me curiosa ...
Numa outra mensagem, dir-te-ei o que uma americana me disse (escreveu) sobre a minha pouca paciência com as mangás que não são updated e que nos fazem esperar anos sem haver uma mensagem, nada! HAJA PACIÊNCIA! São obras que, pelo que dizem os comments, toda a gente gosta! Não há desculpa; tem de haver uma solução.

Vou dizer-te uma coisa - u também chorei como uma condenada com o Ai no Kusabi - mas não me canso de ver. A primeira vez que o fiz foi no Youtube, mas apanhei a série completa no dailymotions e gravei os episódios nos favoritos, assim como outros.
Quanto ao YMLP, deixei-me ir um bocado, porque ficava irritada com os updates que eram feitos - 5 ou 6 páginas - coisa mais somítica!! Até parece que a mangá não é das mais vistas e que precisa que nos deixem penduradas a babar por mais ! Por isso, deixei-me estar até haver uns 2 ou 3 capítulos novos; é frustrante ter que se tornar a ler tudo e voltar a ficar em suspense! Mas estou mesmo tentada a lá voltar ...
Eu tenho um sistema em que sinalizo todas as mangás que vejo e que não estão completas (embora prefira ver tudo o que esteja completo); no outro dia fiz uma "ronda" e tive o desprazer de verificar que, na maior parte, tudo está na mesma como a lesma!
O Totally Captivated é algo que também me deixa a babar, porque tem o Mookyul - bolas, estes homens só os há nas mangás ...
E estas mangás dão emoções bem desatinadas ! Lembro-me há uns tempos ter desabafado nos comments que por vezes desejava ter nascido homem, mas que talvez esse sentimento fosse caso de Psiólogo. Recebi logo uma mensagem de volta, que não tinha de me preocupar porque não era a única a pensar assim (WOW!).
Falaste em obras coreanas - mas que tu encontras aqui na Mangago, ou noutros sítios?
No outro dia, ao falar dos livros das Shannon West, esqueci-me de pôr a palavra Yaoi entre aspas - mas não vou explicar porquê; gostava que fosses tu a descobrir - acho que vais achar giro.
Já agora, acho o teu pseudónimo "Alforreca" o máximo! Quando o vi, pensei que fosses do Algarve - memórias de férias que lá passei quando era miúda, e dos encontros (não muito agradáveis) que tive naquele mar fantástico ... as alforrecas eram algo que me fazia arrepiar - mas acho giríssimo como nickname.
Se puderes dar-me o nome de algumas das tais obras coreanas que falaste, agradecia ...
Conheces o Hua Hua You Long ?