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Vou ser muito sincera contigo: durante quase toda a minha vida fugi o mais que pude da pra...

alforreca October 29, 2014 11:13 pm

Vou ser muito sincera contigo: durante quase toda a minha vida fugi o mais que pude da praia. Não me sentia bem com o meu corpo e estar ali exposta... Além de que sou muito branca e por muitos cuidados que tenha, acabo sempre por me queimar. xD Isso agora mudou um bocado e o trabalho deixa-me tão cansada que uma semana longe de tudo parece o Paraíso! Mas também gosto muito mais do sol e do calor, das roupas frescas...
Viveste em Londres? Isso deve ser o máximo! Adorava passar uma temporada num lugar distante, conhecer outras culturas, outras realidades. O meu sonho é viajar pelo mundo inteiro. Gosto imenso do nosso país, mas às vezes sinto-me desenquadrada. Somos tão mesquinhos, fúteis e pessimistas.
Posso perguntar que idade tens? É que falaste no desemprego e eu encontro-me numa chamada "crise de identidade". Tenho imensas questões na minha cabeça sobre o futuro, o meu emprego, os estudos, a vida pessoal... As pessoas com quem falo são muito mais velhas e têm uma perspectiva diferente da minha e fazem-me sentir um bocado desligada da realidade.
AMO Dog Style! É daquelas mangás que me marcou, mesmo! Tem profundidade, faz-te pensar em imensa coisa... E confesso que fiquei com lágrimas nos olhos no final. xD Já reli a mangá imensas vezes!
Li Kafka à Beira-Mar. Nota-se que é de um escritor japonês... O fatalismo da vida, questões relacionadas com a mente humana, o destino, a ambiguidade do ser humano, tem lá tudo! Senti várias vezes que ele tinha escrito algumas passagens para mim, porque é fácil de te identificares. Ele cobre quase todas as questões que te podem passar pela cabeça.
Nunca li nada de um escritor português... Shame on me! Mas agora deixaste-me curiosa com o Francisco Moita Flores. :) Com tantas obsessões, o trabalho, a Universidade, deixei de ter vida pessoal e a leitura também ficou em stand by. :(
Ah! Já li Hot Closet! O título diz tudo. É mesmo HOT! :P

Responses
    Asami-san's lover October 30, 2014 1:06 am

    WOW!!! O Murakami é o máximo; li esse livro talvez no princípio do ano e gostei tanto que comprei outro - mas em Inglês: "Norwegian Wood" - talvez por ser o nome de uma canção dos Beatles ... não sei. Mas gostei deste autor e achei-o diferente de tudo o que li até hoje, e eu leio muito ...
    Olha, se me permites, gostaria de te recomendar um dos meus autores favoritos; se puderes lê do Carlos Ruiz Zafón, "A sombra do vento" e depois, "O jogo do Anjo" - são verdadeiramente espetaculares. Eu comecei a ler coisas dele por estes; agora já tenho outros que ainda não li ...
    Sabes, eu leio praticamente tudo em inglês e a razão é esta: tirei o meu curso na Polytechnic of Central London, curso este de Literatura e que abrangeu desde os arcaicos até aos modernos - incluíu poesia (que não gosto tanto) e deu-me um traquejo, que já tinha, porque fui para o Colégio inglês Queen Elisabeth's School aqui em Lisboa aos 3 anos de idade.
    Entretanto fui para Londres tirar o meu primeiro curso com 15 anos, embora estivesse habituada a ir lá desde os 13; ia todos os anos; depois com o curso, a nível de Literatura, foi uma questão de hábito também (e de gosto...) - pela razão simples que foi devido ao programa de leitura do curso, eu não tinha outro remédio senão ler, ler, ler ... em inglês. Devo dizer que a minha irmã, por exemplo, que tirou outro tipo de curso, só lê em inglês se não tiver outro remédio !! Dei-lhe livros do Ken Follett pelo Natal e não tive outro remédio senão ir trocá-los ... hoje em dia forço-me a ler em português porque acho ridículo que sendo a minha língua, me sinta com esta falta de ritmo, e a ter que voltar atrás, só porque não tenho o hábito de ler em português ... mas continuo a ler quase sempre em inglês. No outro dia a minha irmã deu-me o "Roma" do Steven Saylor que ela me diz que é espantoso - vamos lá a ver quantos meses levo a ler porque é em português.
    Bem e agora para outro assunto:
    Não me digas que não vais à praia porque te achas gorda ??? Hmm? Por favor sim?? A questão de seres muito branca, entendo, porque eu sou do tipo que fico lagosta se não tenho toldo; nos 1ºs dias são 3min. de meia em meia hora até poder ficar sem problema, mas mesmo assim não gosto de abusar. Sou muito branca mesmo! Mas a paranóia com a praia é de tal maneira que para mim, fazer férias tem de ser com praia - nem me passa pela cabeça não ir à praia! A não ser que seja assim um fim de semana prolongado ... As últimas férias e sonho foram à Jamaica - terra do Bob Marley ...
    Entretanto estou LONGE de ser uma escultura e de estar satisfeita com o meu corpo!! Apanhei uma depressão em Inglaterra que me fez pôr + 30Kg! Voltei de lá em 2012 porque estive a cuidar de uma tia que estava lá há 35 anos; foi para lá porque na altura do 25 de Abril, ela encontrava-se como secretária da Administração do Hotel Vasco da Gama no Algarve, e os "trabalhadores" preferiam passar o tempo em reuniões de reinvindicações em vez de trabalhar - ela foi enchendo até não poder mais; um dia, um amigo dela que ia para lá como Director de um Hotel bem conhecido disse-lhe que lhe mandasse um CV que se pudesse a punha lá. Ela nem quis saber de mais nada e em fins de 1975 já lá estava.
    Foram passando os anos e claro, as pessoas não são de ferro e veio-lhe uma diabetes terrível e incontrolável e Alzheimer - eu tinha estado a trabalhar num escritório de advogados (10 anos) e tinha saído porque o meu chefe estava a ficar doido (literalmente) - um dia conto-te os pormenores - e comecei a dar-me conta de que esta minha tia não estava nada bem. Embora lá tenha um primo que é inglês (de pais portugueses) e que fez a vida dele lá, a vida dele não é em Londres e embora tenha ajudado a minha tia como Procurador dela e sempre que podia ia visitá-la, deslocar-se do Yorkshire a Londres é complicado e demora-se muito tempo no caminho!
    Eu resolvi ir ver se a conseguia ajudar e fui para lá antes do Natal de 2009. Devo dizer-te que não foi fácil, porque eu e esta minha tia nunca nos demos bem; mas eu fiz aquilo porque pensei na minha mãe - era a irmã querida dela - e porque também não tinha coragem de a deixar sózinha; além disso ia tentar arranjar emprego ... qual a minha surpresa quando começo a olhar à minha volta e vejo que a minha tia não só não podia estar sózinha, como eu tinha de dar uma volta àquele apartamento de que ela não cuidava porque o Alzheimers lhe tinha dado volta à cabeça ...
    AMANHÃ NÃO PERCAM O 2º EPISÓDIO DESTA SAGA LONDRINA -isto está longuíssimo e ainda não jantei e é quase uma da manhã!! Beijinhos!

    Asami-san's lover October 30, 2014 8:50 pm

    Pois ... voltando à vaca quente ...
    Para acabar esta saga, porque os pormenores são deprimentes ... aquele apartamento tornou-se o meu campo de batalha, eu tive que dar a volta a tudo porque ela não o fazia - deitei muitos Kgs. de lixo, roupa velha suja etc. etc. etc. fora, porque olhei à minha volta e vi que não podia viver assim. Ela já nem sabia mexer com a máquina de lavar roupa ... olha se eu fosse a contar-te tudo ao pormenor já nem saía daqui e não vou estar a chatear-te com esse assunto! Bem, a conclusão deste quadro assustador, é que eu acabei como a baby-sitter da minha tia, tive de lhe tirar as chaves da porta da rua, os cartões de crédito e débito e tudo o que a levasse a fazer disparates, inclusivé fechei a porta da rua à chave porque ela já me tinha fugido. Havia uma pessoa da associação Carers UK que lhe ia fazer o pequeno almoço, o almoço e tentou fazer tbém o jantar, mas a minha tia tornou-se desconfiada com a doença e não queria que a senhora fosse - comigo lá, eu fazia-lhe o jantar e a senhora fazia-lhe o almoço e umas limpezas simples e acompanhava-nos às compras. Mas as limpezas não eram nada que mudasse o estado em que a casa se encontrava e começamos a pedir que nos entregassem as compras em casa, embora saíssemos para escolher o que queríamos - ela era um amor e já tinha vindo a Portugal e adorou - mas acabei por dispensá-la porque aquilo que ela fazia eu também o fazia ... comecei a ir com ela a todas as consultas, porque ela esquecia-se e não aparecia; os médicos começaram a dizer se ela continuasse a não aparecer, que a tiravam da lista de doentes - lá, eles chamam as pessoas através de carta quando são doentes de rotina, não é como cá. Ela apontava num calendário e depois não ia ... tive de entrar em acção também com isso.
    Enfim ... um dia, o meu primo perguntou se nós não consideraríamos saír de Londres para ir para a zona dele - ficaríamos mais perto, e se fosse preciso ajuda seria mais fácil. Fomos passar um fim de semana com ele e família e fomos meter o nariz em tudo o que foi possível para tentar saber se nos daríamos bem. Aquilo é o East Yorkshire, viveríamos numa pequena cidade medieval chamada Beverley e fomos ver uns apartamentos que ele já tinha andado a pesquisar; tenho a dizer que adorei! Era um meio bem mais pequeno que Londres, com uma rua principal onde havia todas as lojas principais que nós frequentávamos em Londres, onde se viam as famílias a passear as crianças nos carrinhos e se cumprimentavam!! Coisa raramente vista em Londres a não ser em bairros pequenos entre vizinhos; tinha mercado aos sábados onde pessoas que produziam os seus próprios produtos os iam vender (não se porquê, a palavra "lavrador" aqui não me soa bem, mas é o que eles eram ...) - desde queijos, a manteiga, a mel, e coisas típicas dos ingleses e que cá não se vêem; tinha talhos, frutas, vegetais e depois coisas como calçado, roupa, malas, emolduramento de quadros, flores, e até uns artesão que apresentavam coisas feitas por eles que eu adorava ... bem, tudo o que possas imaginar e de boa qualidade (não é como a ciganada que cá se vê ... embora não tenha nada contra); havia também mercado à 4ª feira mas era só de frutas, vegetais e flores. Eu adorei - nunca pensei gostar tanto de Beverley, afinal Londres era quase a minha Meca para roupa, música, tudo o que era "fixe" e que tinha a ver com cultura de uma maneira ou de outra estás a ver? A pessoa "jovem" (não gosto desta palavra, mas enfim ...) em Londres, é rei/rainha, porque tem imenso que ver e fazer.
    Bom, devido ao estado de saúde da minha tia, fomos para um apartamento de rés do chão fantástico, com o jardim junto à sala - era só abrir a porta envidraçada - onde se viam esquilos, uma raposa e varíadissimas espécies de pássaros, ah! e gatos! Às vezes um cão ou outro. Quando nevava era um espectáculo e os animais lá são bem tratados e protegidos - não é como cá, percebes?
    Tentando chegar ao fim desta lenga-lenga, posso dizer-te que em meados de 2012 estava com uma depressão (que ainda cá canta) porque não consegui fazer nada do que queria e só tratava de uma pessoa (que até nem era muito velha ... 73 anos) que estava cada vez pior, tratava da casa e cozinhava ... Fogo! Cheguei ao fim desta saga com + 30Kgs. +/- se não mais. Não fazia mais do que comer para afogar as mágoas e praticamente não tinha com quem falar - a minha tia, coitada, falar o quê? A minha irmã estava em Portugal e falava dia sim dia não, e o meu primo estava a trabalhar ... ia ficando tótó.
    Esta conversa toda foi porque tu tinhas dito que não te sentias bem com o teu corpo na praia - bem, eu não vou à praia há 3 anos, porque embora a minha tia tivesse falecido em Agosto passado, quando voltámos para Portugal em 2012 ela ainda ficou em minha casa um tempo. Depois pusemo-la no melhor lar que conseguimos porque ela precisava de 24h de atenção - era uma criança; foi deteriorando até Agosto passado. Enfim, foi deprimente e muito trabalhoso, mas já acabou.
    Falaste em crise de identidade ... exactamente o que queres dizer? Tbém. disseste que somos mesquinhos fúteis e pessimistas ... acho que essa tua crise está ligada aos adjectivos que usaste para descreveres os portugueses no geral - o que quero dizer é que talvez se não estivesses a passar por essa crise não nos verias tão mal - não sei se concordas. Mas olha, vindo de Inglaterra e encontrando o País assim, dou algum desconto no pessimismo das pessoas; nunca encontrei Portugal tão cabisbaixo e tão derrotado - repara que falo das pessoas "normais/vulgares", que precisam de um emprego para sobreviver. Acho que o pessimismo vem daí; sei que esta crise de que tanto se fala foi algo que atingiu praticamente o mundo inteiro, mas nós, pobrezinhos, fomos atingidos de uma maneira aflitiva; ainda me lembro dos telefonemas da minha irmã em que ela contava as dezenas de restaurantes que tinham fechado, dos negócios que tinham falido, etc.. Quando se está lá fora nós não temos uma noção precisa do que se está a passar aqui, embora o Reino Unido tbém. tenha sido atingido, mas eles são tão mais fortes do que nós ... Londres é hoje a cidade mais cara do mundo se não estou em erro ...
    Bem, eu também tenho uma série de perguntas que faço para o ar - será que a minha vida se vai resumir a isto? Às vezes penso que se tivesse companhia ia tentar os Est. Unidos ou a Inglaterra outra vez; depois penso que para ir trabalhar para a Inglaterra teria que ser com trabalho já apalavrado. Porquê? Porque não há maneira nenhuma de neste momento poder pagar o que eles pedem por um apartamento, ou mesmo um quarto, e agora que a minha tia faleceu, não tenho ninguém com quem tenha confiança suficiente para lhe dizer - Deixa-me abancar aqui neste canto enquanto procuro trabalho com sítio para ficar. Depois, se não for por conhecimento é complicado porque Londres está cheia de pessoas do Leste, de brasileiros, de italianos, fora os paquistaneses, os africanos de todos os lados ... etc. esta gente faz trabalho não especializado por tuta e meia - porque querem trabalho a todo o custo - é claro que os ingleses preferem estes, que são mouros de trabalho e pedem um ordenado baixíssimo ...
    É pá, outra mensagem do tamanho do mundo; acho que já respondi às tuas perguntas; falta dizer-te que num gesto de rebeldia (esta seria outra história...) resolvi fazer uma série de tatuagens nas pernas, nas costas e no pescoço ... ah! e no peito do pé dtº. e nos tornozelos; depois fui para os piercings e foi um ver se te avias - com tudo isto, espero não te chocar, mas foi uma fase que enfrentei e que começou por volta de 2007/2008 e que acho que ainda não acabou; agora, tenho estado sossegada, mas...
    tenho cabelo louro branco (não é amarelo ... é o chamado louro nórdico!!! KYYYYAAAAHH) e embora ultimamente tenha dito a mim própria para me aquietar um bocado, tenho roupa goth que não visto de momento por não me sentir bem - visto que preciso urgentemente de perder peso - mas voltarei a vestir assim que for possível!! Assustei-te?

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